28 abril 2014

ecce homo

Nietzsche não é fácil de ler. A gente tem que derrubar ou suspender os pressupostos nos quais o nosso raciocínio se baseia.
O ponto central para a crítica de Nietzsche, até onde eu li, é uma tentativa de genealogia que vai mostrar o caminho sinuoso que os nossos conceitos morais têm tomado para terem a sua forma presente. A moralidade é geralmente tratada como sagrada, porque assumimos que há algum terreno transcendental pra nossa moral, seja Deus, a razão, a tradição, ou outra coisa. No entanto, ao contrário do que eu imagino seja o nosso pressuposto de que bom, ruim ou mal sempre tiveram o mesmo sentido, o método genealógico de Nietzsche mostra como esses termos têm evoluído, quebrando qualquer ilusão de continuidade ou verdade absoluta de nossos atuais conceitos morais.
Ele olha por debaixo do pano para ver o que impulsiona os diferentes significados adotados ao longo do tempo. Nietzsche encontra força e vontade. Toda a existência, ele conta, é uma luta entre diferentes vontades para a sensação de poder. 
(...)
Minha pergunta: será que eu sou leal comigo mesma para perceber que sentimento eu tenho neste momento? Outra pergunta: será que nós somos leais conosco para percebermos que sentimento nós temos neste momento? 

 

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