20 maio 2005

sucking the marrow of life (or I am a FREETHINKER)

Eu sou essa pessoa que passa um tempão olhando para a lua, que passa momentos intermináveis observando as ondas do mar, que gosta de assistir o nascer do sol e o pôr do sol. Talvez você saiba como é ser assim. Talvez não.
Não quero a limitação de quem passa a vida vendo-a passar.
De quem aceita o que é cômodo.
Gosto de ser surpreendida. Não gosto de amarras e bloqueios... frescura e hipocrisia... cerimônia em hora errada... pessoas fáceis que dizem o que não sentem por motivos egoístas e para as quais amar não significa segurança.
Se me perguntar o que separa a realidade da fantasia... talvez eu não consiga explicar com palavras claras, mas acredito que é o nosso empenho em tornar a fantasia uma realidade.
E isso não é jogar. É como atravessar o rio sem deixar a roupa seca esperando na margem, pois você vai encontrar outras do outro lado do rio, entende?
Me lembrei da frase de alguém -- mas não me lembro de quem é -- e quero deixá-la com quem me lê:

"nenhum vento ajuda a quem não sabe para onde vai"

09 maio 2005

só é fraco quem gosta de fraqueza (ou só é feliz quem realmente quer)

Nem sempre temos aquilo que queremos.
Nem sempre queremos aquilo que temos.
Algumas vezes o que temos é o que queremos, mas não nos damos conta. Partimos em busca da grama do outro lado do muro. Destino? Maldição?
Por vezes parecemos dispostos a interpretar o que nos acontece como lição de psicologia, uma história sobre quem somos e quem queremos ser, ou sobre o "eu" e o "mim".
Mim precisa ser alimentado para sobreviver. O eu tenta alimentar o mim com suas mais preciosas posses. O que será isso? Auto-estima? Força de vontade?
Consciência. Consciência. Alimentar o mim consome o eu até a beira do abismo.
O verdadeiro eu abre mão de sua consciência para favorecer o mim. Identifica-se com o falso eu. Morre, mas por instantes. Volta para dar de comer ao novo mim, conseguindo uma outra vida após seu esgotamento.
Assim como todo pensamento, se repetido, passa a exercer domínio, esse é um ciclo que continua até você aprender a se proteger e superar o ciclo.
Por algum motivo que desconheço, manipulamos ou interpretamos nossa vida quase o tempo inteiro.
A vida é arte sua, é arte minha. Não artimanha.
Quem fica de olhos vendados, acaba caindo no poço.

05 maio 2005

escriba de babel (ou considerações após as primeiras notícias do dia)

Somos 6 bilhões de cidadãos. Em urgência, ignorância e impulso biológico. De fome morremos 842 milhões por ano, eu li. Outros tantos empanturrados. De ganância uns, de cheeseburger outros. Que mundo é esse? Mundo em que há um centro em torno do qual tudo gravita e do qual tudo depende. Quem faz parte do centro? Os sujeitos. Quem são os sujeitos? São os que fazem o mundo girar. O que eles sabem? Sabem da aspirina, do viagra, da coca-cola, do prozac, do show business, do happy end fabricado, do pão. Quem sabe manda. Não é assim? Aliás, manda até quem não sabe. E vemos o centro do mundo passar na tv. Sim, loiras peitudas tomando cerveja, fumantes praticando esportes, batatinhas cancerígenas. Os sujeitos: governo, patrão, traficantes. Eles é que sabem. Objetos somos nós, aquém da fronteira invisible do centro. Eleitores. Consumidores. Calcula-se que os grandes consumidores do planeta, Japão e Estados Unidos, vão precisar de 2.5 planetas no ano 2050.
E a maioria muda, muda?
Gira, gira, gira, gira, gira, gira, gira, gira mundo. Me leve para outro lugar!!

conversa nada confúcia (ou meio-maio-tudo-azul)

Conversemos.
A conversa é uma das coisas mais agradáveis e mais úteis que existe no mundo.
A princípio conversa-se para distrair e passar o tempo, mas atualmente a conversa deixou de ser um desvario do espírito.
Disse Esopo que a palavra é a melhor, e também a pior coisa que Deus deu ao homem.
Pra fazer valer esse dom, é preciso saber conversar, é preciso saber conhecer todos os recursos da palavra. Eu não conheço todos, por isso não espere encontrar alguma arte na minha conversa. Sim, a conversa pode ser uma arte. Pode ser uma ciência e, até mesmo, profissão. Só não pensem em Paulo Coelho! Esse tem um papinho mixuruca do caramba!
Voltando... existem, porém, diversas maneiras de conversar. Conversamos a dois, en tête-à-tête, com muitas pessoas.
Anyway, a palavra é uma ferramenta, um crayon que traça mil arabescos, desenha baixos-relevos e entrelaça mil harmonias de sons, cores e formas.
Em alguns momentos, a palavra pode ser um duelo, um combate, um cálculo de álgebra (há quanto tempo não penso em álgebra!), a resolução de um problema... quando se quer calcular o proveito que se pode tirar dela. Quase uma estratégia militar! Os olhos são duas sentinelas, dois ajudantes-de-campo postos de observação. Não é brincadeira, não. rs O olhar faz às vezes de espião, o sorriso é uma verdadeira cilada. Mas isso acontece mais frequentemente em política e em diplomacia. Ufa, que grande alívio! rs
A minha conversa de agora é só uma borboleta de asas coloridas que voa sobre minhas idéias e meus pensamentos.
A minha conversa não nasceu comigo. Pego emprestada a frase de Confúcio: "gosto da sabedoria dos antigos e busco neles para o meu ser". É com eles que, também, aprendo o novo. E com os livros. Claro, aprendo comigo, com todas as outras pessoas e com o movimento do mundo ao meu redor.

"Aquilo que sabemos, saber que o sabemos; aquilo que não sabemos, saber que não o sabemos: - isto é que é verdadeiramente saber. "