03 abril 2012

o amor nem sempre é uma escolha nossa

mas nunca somos vítimas do amor.
Eu já quis saber o que faz o amor amar. E entender o papel muito especial do amor romântico. A invocação da lua, das estrelas. A lenda do Taj Mahal. Amor, não neurose. E queria entender os vários tipos de amor que podemos sentir, as formas diferentes de amar.
Atrás de um pé de tamarindo, eu conversava com a lua, ouvia música olhando para a lua e para as estrelas nas noites quentes do verão do Rio de Janeiro. Eu amava um amor secreto olhando a lua.
Nos últimos meses, o amor tem feito revolução dentro de mim. Não só o romântico. O amor pelas plantas, o amor pelo mar, pela nuvem, pelos animais - os cães, em especial -, o amor pelas gentes.
O tempo passa. Enquanto eu passo pelo tempo, minhas concepções do amor mudam. E apesar do meu amor romântico ter amadurecido, ainda guardo dentro de mim o desejo metafísico da unidade. Seria isso um paradoxo? Aristófanes sugere que o amor é a procura da metade no outro, no entanto, a verdade é que nunca fomos ligados.
Meu coração é grande e o amar tem lá seus graus e suas variações. Posso amar muitas pessoas ao mesmo tempo, colegas ternos, bons amigos, gente da família bem como meu amor amante. Amo também antigos amores - pelo menos alguns - mesmo que já não exista qualquer intimidade, como não amar pessoas com as quais vivi momentos marcantes na minha vida?
A história do amor tem uma série de desencontros, desacordos, falta de comunicação. Percalços que, às vezes, se resolvem. Não é a imagem idílica da harmonia no "felizes para sempre". Eu sempre penso que o "felizes para sempre" deve ser chato.