08 abril 2009

o que é que te assombra?

Entrego-me inteiramente aos secretos impulsos dos meus dedos. Efeito da excitação de espírito em que me acho. Coração ligado, beat acelerado... Enfim, há um treco que eu queria entender. Não sei. E você acredita que a gente é o que a gente faz. Acaba indo pra cama ou se casa. Briga, se engana porque faz tudo no escuro, sem amar, me entende?

Eu nunca quero ter vergonha do que eu sou capaz de sentir. Quero passear de mãos dadas, brincar de pisar na nossa própria sombra. Café da manhã, almoço, jantar, ligações telefônicas no meio da tarde, no meio da noite. Sons, gostos, sabores. Teu sabor. O doce e o salgado em você. O tempo não existe.

Será amor o nome que damos pra essa necessidade doentia que se destrói? Será que a gente só sabe que ama quando o coração pulsa entre as pernas?

Eu sei que amo porque o meu coração (e o dela) pulsa além do "entre as pernas".

As duas no banheiro depois de ouvir o "clic" da tranca da porta. Você ri tensa, eu sorrio. Abro os braços, dois passos e nos abraçamos. Eu sentada, rosto no seu ventre. Quero ver como são seus olhos quando eles se estreitam.

Quem ama não percebe o jeito que ama. Mas eu percebo que o coração pulsa entre as minhas pernas quando o amor já não cabe na frase. Quando eu descubro que o luar é o que existe de mais perfeito, só que depois, bem depois, muito depois de você.

O pensamento não pára.

Tenho pena das mulheres que não gozam.