27 dezembro 2006

eu vou correndo buscar a glória, minha glória

As luzes da cidade acenderam-se, o crepúsculo cresceu entre os prédios, dentro da noite veloz, e eu pensando em você. Como é que essas coisas acontecem? Coisa de doido pensar em alguém assim. Como a aranha para a mosca, você me sussurrou: “bem-vinda à minha teia”. Ou terá sido meu esse sussurro?

Esse amor está constantemente em cio debaixo da mesa, enquanto escrevo aqui. Não há cachaça ou “punheta” que me dê arrepio como esse.

É em noites como a de hoje que os amantes são atraídos pelos becos sem saída como os insetos tontos pela luz.


ps.: ao som de “Desculpe, baby”, dos Mutantes.

21 dezembro 2006

enredo


Sonho enredos para escrever o que se passa na minha cabeça todos os dias, mas esses enredos não chegam aqui. Anoto pensamentos, frases, tudo eu anoto. Em pedaços de papel, nota fiscal, cartão de visita, num folheto qualquer.

Quando você está comigo, cada palavra, até a mais imbecil, chega até o fundo de mim, e vivo com suas palavras e tudo o mais.

Têm dias que eu te vejo como um doce de creme. Açucarada, macia, e pronta para ser comida. Sei que quando sopro no teu ouvido, é infalível, 500 mil arrepios te percorrem o corpo, os bicos ficam durinhos e você não seguro o riso. Você é linda assim, tocando o meu corpo. Tudo o que eu quero é passar a língua em seu pescoço, nuca, as mãos te agarrando os seios… você transmitindo prazer sobre a minha pele.

06 dezembro 2006

mão na mão

Terrível é você mesmo se transformar em prisioneiro. Poucas pessoas escapam disso. Somos prisioneiros de nós mesmos. Fazer o quê? Foder até esquecer tudo.

Tem gente que vive a homossexualidade como uma dose de heroína. Não sei como é viver assim, nunca experimentei qualquer porcaria dessas. Só sei que tem gente que vive a sua "condição" sexual como se fosse uma droga mesmo. Independente da condição, o que tem é gente gulosa por aí. Gulosa e curiosa, pronta a traçar tudo o que for comível. Nunca fui assim. Não poderia. Sou romântica, levo um certo tempo, preciso me apaixonar. Não é pá-pum. Cada gesto sexual tem amor, tem carinho e comunicação. Eu faço amor para comunicar o meu amor.

Meu gênero é você. Mão na mão. Olhos nos olhos. Depois vem uma vontade enorme de dançar, de gritar, de amar, amar.

Passamos pela vida sem entender corretamente muitas coisas. "Há algum mal-entendido, e este mal-entendido será a nossa ruína", dizia Kafka.

Meu gênero é você.