Não sei por que escrevo. Só sei que escrevo. Pode ser que depois descubra o por quê e me venha um alívio. Falo do lado “de dentro” das coisas. O amor não pode ser subentendido. E que eu não me torne aquela pessoa que racionaliza demais, fica na defensiva e o medo se encarrega de cancelar tudo aquilo que pode ser natural e espontâneo. Pela dificuldade de sermos claras. Por esquemas idiotas de comportamento que castram qualquer tentativa de vida mais profunda e mais cheia de amor.
É que tudo parece tão frágil e tão banal. Muitas pessoas estão assim. São. Mas não desacredite. Não viva assim. Apesar dessa filosofia “liberada” e superficial que se vê, muita gente quer a clareza, desejos recíprocos, relações sexuais e afetivas. E eu desejo que a intenção profunda do nosso amor consiga sempre superar qualquer obstáculo causado pelo nosso egoísmo, por necessidades diferentes. E que a gente tenha sempre espaço uma para a outra. De descobrir, questionar, ouvir, mostrar o nosso mais inteiro.
Porque eu quero o olhar que toca, a conversa que abraça, a brisa do amor que nos cobre na cama. Te olhar mais profundamente. Somando tudo, que seja uma coisa bonita. Somando tudo, que seja espontânea e natural como deveriam ser todas as coisas. Peço apoio, peço afeto, lealdade e tudo aquilo que você pode e quer me dar. Peço também que você me peça tudo aquilo que precisar e eu não estiver vendo. Algumas vezes, mesmo sem querer, a gente simplesmente não vê. E seguiremos descobrindo juntas maneiras novas de amar do mesmo jeito antigo, vivo. Paciência. É preciso muita paciência também. Para amar sem castrações, sem perplexidades ou incertezas, cancelar todos os bodes mesmo. Mas sem fugir deles sem enfrentá-los. Nós duas. Nos tocando, dizendo o que cada uma sente. Livremente. Levemente. Leve... Nunca vou me habituar a viver de uma maneira babaca.
A chave gira na tua fechadura. A porta se abre. Eu. Então abro os braços, dou um sorriso e topo qualquer parada.