quando olho o relógio e já são quatro
e termino a planilha e penso dez minutos
e estico as pernas como todas as tardes
e faço assim com os ombros para relaxar as costas
e estalo os dedos e arranco mentiras.
É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são cinco
e eu sou uma manivela que calcula juros
ou duas mãos que pulam sobre quarenta teclas
ou um ouvido que escuta como ladra o telefone
ou um tipo que faz números e lhes arranca verdades.
É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são seis.
Você podia chegar de repente
e dizer "e aí?" e ficaríamos
eu com a mancha vermelha dos seus lábios
você com o risco azul do meu carbono.
* Adiós, Don Mário Benedetti.
É uma pena... que o amor esteja banalizado. É uma pena que as pessoas não consigam perceber o sabor delicado de segurar a mão da pessoa amada, olhar nos olhos e ler o que ela diz. É uma pena não apreciarem o delicioso som de um "bom dia!". É uma pena não terem nos lábios o gosto de um beijo que já espera o próximo. Não saberem o aconchego de um abraço. É uma pena não sonhar.
ResponderExcluirUm belo poema!!!!!
ResponderExcluirÉ uma pena as pessoas se tornarem todos os dias pessoas tão mortais!!
Muito fofo!!!
ResponderExcluirAdorei!
Só para dar oi,e dizer que sempre passo por aqui pra ler seus belos textos!
ResponderExcluirBeijo,se cuida!