25 agosto 2006

certos inocentes não escapam dos raios

CLEÓPATRA: Se for amor, mesmo, diz-me quanto.

ANTÔNIO: Será mendigo, qualquer amor capaz de ser medido.

CLEÓPATRA: Eu demarco até onde sou amada.

ANTÔNIO: Nesse caso, terás de descobrir novo céu, nova terra.

(Ato I, Cena I - Antônio e Cleópatra, Shakespeare.)

Um baratão de tragédia de amor. Me faz pensar no quanto o amor preenche os cheios e os vazios. E eu ouço segredos da madrugada. E sinto falta do teu corpo aqui, me esquentando nessa noite fria. Estou meio fora de mim, né? Redescobrindo o que eu sou. Talvez. Pode ser. Será que o segredo da harmonia é não falar? Falar pode atrapalhar a gente também. Falando, já pratiquei quatro dos sete pecados capitais hoje. Algumas vezes mostro um desinteresse que estou longe de sentir. Mas esse carinho imenso tem cor do céu com todas as suas estrelinhas.

Quer saber? Cleópatra gostava mesmo era de Otávia.

3 comentários:

  1. "será mendigo qualquer amor capaz de ser medido..."
    Uma criatura que escreve isso merece a imortalidade, sempre e para sempre.
    Quando leio Shakespeare paro numa frase dessa, arrepio a nuca e fico nela por dias e dias...

    Ps.Cleópatra gostava de mais alguém além de si mesma?

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  2. Cleópatra gostava mesmo era de Otávia? Ótimo! Adorei isso! Adoro Shakespeare!
    Beijinhos!

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  3. Quer saber? Eu gosto mesmo é de você!

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