12 abril 2011

quase

Noite fria, e eu me sinto distante e então eu sinto uma saudade no peito, uma saudade de criança, e volto no tempo bem devagar, há 3 anos, há 10 anos, há 20 anos. Quase consigo aninhar as pessoas em meus braços.
Que vontade de escrever as sensações que sinto, palavras que pareceriam ridículas, simples demais e talvez você pensasse que escrevo por teimosia, só mesmo para existir. E não é que eu sinto algumas vezes a minha imagem perdida no espelho? Olho o meu reflexo e procuro a menina que fabulava histórias com bonecos de plástico e cadeirinhas de criança. Eu fazia novelas sentimentais bem atrás do pé de tamarindo. Uma árvore tão alta e tão idosa que teve que ser cortada pelo corpo de bombeiros. Mal sabíamos que aquela árvore era a força dos meus avós, da nossa família. Sem ela, ficamos menos nítidos.

A única realidade da vida é a sensação.
Fernando Pessoa

2 comentários:

  1. que reminiscência doce. Espero que eu também caiba nesse abraço.
    um bj

    ResponderExcluir
  2. O existir na escrita é tão puro quanto uma flor de lotus.

    ResponderExcluir