14 setembro 2009

soneto de devoção


Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! – uma cadela
Talvez... – mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!


Rio de Janeiro, 1938

in Novos Poemas
in Antologia Poética
in Livro de Sonetos
in Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"

4 comentários:

  1. E essa mulher que se me apresenta? E essa mulher que faz mudar a cor, o humor... do meu mundo? Flor.

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  2. 21 de outubro!
    Tô aqui,de bobeira,sem sono...Feliz Aniversário,saúde!
    Beijo,se cuida.

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  3. Flávia:

    Só por que você estava de bobeira e sem sono? Consideração... rs
    Obrigada! Beijo grande! Desejo que você esteja bem. Agradeço por ter se lembrado.

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  4. Não esqueço das pessoas pelas quais tenho carinho.Algumas pessoas,acho que a maioria,consideraria isso estranho,ou tentaria arranjar explicações pra essa questão.Afinal de contas,carinho porque,nem nos conhecemos?!rs Talvez,uma dessas coisas sem explicação,como a maneira que me fez chegar a esse blog!rs
    Estou caminhando pros 37...Acho que até os 70 ainda terei memória pra lembrar desta data!rs
    Beijo,se cuida e aproveite seu dia!

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