13 setembro 2005

conexões inesperadas e misteriosas e minhas asas crescem

Em 11 de setembro de 2001 começaram as grandes invasões bárbaras, com mais de 3000 mortos no WTC. Historicamente é insignificante. Para citar um exemplo americano, morreram 50 mil pessoas na batalha de Gettysburg (de 1 a 3 de julho de 1863), mas o significativo é que, em setembro de 2001, o coração do império foi atingido. Nos conflitos anteriores, Coréia, Vietnã, a guerra do Golfo, o império havia conseguido manter os bárbaros além de suas fronteiras. Nesse sentido talvez nos lembremos, e insisto no talvez, de setembro de 2001 como o começo das grandes invasões bárbaras.

Não sei se me classifico como anarquista, como comunista, como capitalista ambiciosa e puritana ou como socialista voluptuosa. Talvez voluptuosa seja insuficiente... libidinosa, libertina. E posso ser mandada ao inferno por isso. Condenada a tocar harpa eternamente, sentada entre João Paulo II e Madre Teresa.

A rigor, Marx era um burguês que comia as criadas, às escondidas.

Freud, metade homossexual, incapaz de comer a mulher aos 40, loucamente atraído pelos pacientes. Corre por aí que suas discussões com Jung não passavam de histórias com mulheres. De histórias de sacanagem.

Acho que os criadores das teorias sobre a sexualidade elaboram sua teorias em casas de massagem, açoitados com toalhas molhadas.

E a população despreza suas próprias instituições. E o governo dá o exemplo. E a degeneração de tudo. E não consigo enxergar um modelo de sociedade do qual posso dizer "é assim que eu gostaria de viver". Seja um plano místico ou santo, é quase impossível moldar a minha vida a partir de um exemplo à minha volta. E eu mesma não sirvo de exemplo para ninguém.

A ciência nunca se desenvolveu tanto, a vida nunca foi tão boa, mas vivemos nesse processo geral de dissolução da existência. Haverá salvação?

E amar é simples. O coração é um gráfico. E o coração humano se parece com um punho fechado envolvido em sangue. And there's a moment, there's always a moment, "I can do this, I can give in to this or I can resist it".

E em noites como essa eu me sinto beirando a marginalidade. Uma das cavaleiras do apocalipse dorme em mim.

E essa idéia de que se aprende pela dor, veio de onde mesmo? Papo de merda. A dor não precisa ser professora de ninguém. E o barulho que tentava me envolver já diminui com mais vontade. E eu ouço esses sussurros suaves vindos de dentro de mim. E me descubro de novo ou me descubro outra pessoa.

E quando eu encontrei um grande leão-da-montanha, sabe o que eu fiz? Fiz de tudo para parecer maior.

E eu não perco a minha afetuosidade. Cuidado e carinho independem da cama, da saudade, do rumo que damos as coisas. E domaremos nossos dias. Um dia de cada vez.

Tudo tem cheiro bom essa noite. Até a cor.

9 comentários:

  1. E domaremos nossos dias. Um dia de cada vez.

    adorei essa frase....
    Bjs

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  2. Muito bonito esse post. Demoras, mas quando escreves, sai de baixo, heheh bjs e gracias pelo carinho.

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  3. Essa luta para não perder a afetuosidade neste mundo áspero é inglória, mas acredito que ela precise ser lutada!

    beijo da cor branca para ti também!

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  4. Super bacana... acabei de dizer q vc escreve muito bem... eu acho que vc tem razão, a sua comparação em relação as mortes no atentado e as mortes na guerra citada no blog assim como em outras, prega exatamente isso... atingiram NY, The Big Apple, bem no coração... E foi aí que os americanos sentiram na pele. Os terroristas deram uma punhalada por trás, foi algo inesperado e devido aquilo, um dos maiores centros comerciais, assim como a imagem que os americanos tinha daquelas benditas torres, despencaram junto ao orgulho deles... vindo abaixo de acordo com os fatos, desde os aviões até o momento em que as torres, uma a uma desapareciam em meio a fumaça... Quanto a nossa vida, acho que não sabemos nem mesmo quem somos na maioria das vezes, por isso tentamos buscar coisas dentro da gente assim como explicações para os acontecimentos, ou para os nossos próprios pensamentos... afinal, quem nunca se pegou pensando em coisas que jamais deveria... nem pode se dizer jamais, até por que ninguém nunca saberá ou saberia se você não chegar a dizer... mas é a vida... estamos aqui dentro dela... às vezes paro e penso como as coisas também são simples e as complicamos... talvez a culpa seja nossa... por tudo, pelo mundo ser isso, por nossa vida estar da maneira que está, pelo Brasil está passando por essa crise ridícula em que a cada dia aparecem mais podres e menos resolução dos problemas... enfim... rsrsrs... acho que tô viajando... minha cabeça tá devagar como já disse, mas talvez você compreenda o que eu quis dizer, e espero que tb goste... rsrsrs...
    Ficou demais...
    Beijos grande

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  5. Açoitados com toalha molhada? Em uma casa de massagem? Creio que os tipos que você citou sonhavam com tais cenas, mas só sonhavam. :)

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  6. Ao Allan...

    Allan, os tipos que eu citei, apesar de não ter usado o passado, não só sonhavam com tais cenas, não! Casas de massagem sempre existiram. Conhecidas por diversos nomes, mas sempre existiram. E açoitados também existiam. Coisas que sempre vão existir. :)

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  7. E mesmo na ausência das torres gêmeas, no cheiro que ainda se tem nas redondezas da tragédia, a mesma voltou a assolar os americanos e ainda assim, eles não mudam!
    Valeu pelo post!

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  8. Comentário atrasado pelo muito tempo que passei sem vir aqui... excelente post! Isso é chover no molhado, Simone. Mas elogio a gente pode repetir sempre, não é?

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